Diversificação de investimentos para uma carteira segura

O mercado financeiro possibilita uma grande variedade de investimentos, que atendem a diversos perfis e expectativas. Nesse cenário, muitos investidores buscam uma carteira segura, mas investir sem risco vai além da escolha pela renda fixa, que tem sido pouco rentável.

Da mesma forma, investidores mais arrojados não alocam todo o seu capital na renda variável, há quase sempre uma parte que fica nos investimentos conservadores, ainda que menos lucrativos. O contrário também é válido, e quem tende aos investimentos mais seguros também acaba, em algum momento, optando por aqueles que oferecem algum nível de risco.

Quer saber como diversificar sua carteira de investimentos de maneira segura e rentável? Continue a leitura e confira as nossas dicas para você ampliar seus investimentos.

O que significa diversificar investimentos?

Todo investidor sabe que o mercado não é completamente estável — pelo contrário. Por isso, a diversificação atende a uma necessidade de variar as formas de obtenção de renda. Serve tanto para que você não perca tudo ou ganhe pouco em um único investimento quanto para criar outras oportunidades.

Como diz a sabedoria popular, não se deve colocar todos os ovos em uma mesma cesta, e esse clichê é muito aplicável em relação aos seus investimentos. Se você coloca todo o seu dinheiro em um único investimento, considerando que haja um risco inerente a ele, se surgir uma retração da economia sobre o mercado em que ele está situado, há chances de o seu capital desaparecer em pouco tempo.

Quando você diversifica, ainda que não estejam completamente afastados os riscos de perder dinheiro, um eventual prejuízo será menor, pois outros investimentos se manterão rentáveis. Muitas vezes, alguns investimentos podem anular as perdas de um que tenha se tornado desvantajoso e manter a sua carteira no azul.

Por que é tão importante fazer a diversificação dos investimentos?

A economia se move em ciclos, o que foi notado ainda nos anos 50 do século passado, por Harry Markowitz, vencedor do Prêmio Nobel de economia. Em sua leitura sobre o mercado financeiro, ele percebeu que a criação de um portfólio de ativos aumentaria as chances de obtenção de dividendos mesmo que verificado algum nível de risco.

Seus ensinamentos continuam sendo pertinentes e influenciam as carteiras de muitos investidores bem-sucedidos, como Warren Buffett, que tem uma fortuna estimada em quase 103 bilhões de dólares, cifra que pode ter sido ultrapassada no momento da sua leitura.

Fundamenta essa teoria a volatilidade do mercado financeiro, que não segue uma mesma tendência em todos os tipos de investimentos. Esse comportamento cíclico também é verificado na sua carteira, com ativos que sobem e caem em diferentes níveis e momentos.

A ponderação entre risco e retorno esperado, calculada por Markowitz, demonstrou que a diversificação tende a reduzir os riscos e a aumentar as expectativas de retorno financeiro, em comparação a um investimento isolado. Portanto, é uma forma de se proteger contra a flutuação do mercado, pois quando um investimento estiver em baixa, os demais podem compensar essa variação negativa.

Quais são as vantagens da diversificação de investimentos?

A primeira vantagem é a proteção do investidor, que passa a ter um número maior de rendimentos e meios para evitar que a retração de alguns signifique prejuízos para ele. Como o risco é uma realidade para a maioria dos investidores, que apostam na renda variável, ter um portfólio diversificado elimina a dependência de um único investimento.

Da mesma forma, aqueles que optam pela renda fixa e estão frustrados pela baixa rentabilidade, que mal supera a própria inflação, contam com a opção de alocar parte dos recursos em investimentos de renda variável. Isso não significa o abandono da renda fixa, mas sim uma forma de ampliar a performance e de adquirir conhecimento e dividendos com outros investimentos.

Aliás, o conhecimento é um dos ativos adquiridos com a diversificação dos investimentos, pois leva à necessidade de estudar diversos mercados antes de investir neles. Para quem quer ir além do básico e leva o tema a sério, é uma boa pedida que pode fazer toda a diferença na sua vida.

Como dividir seus investimentos e diversificar para ter mais segurança?

Primeiramente, você deve saber que diversificação não é pulverização de investimentos, a alocação de pequenas quantias na maior quantidade possível de fundos. Diversificar é fazer escolhas que rendem em cenários diferentes, para que um reduza o risco do outro.

Por exemplo, não é uma boa escolha colocar todo o seu dinheiro em um investimento que segue a taxa de juros SELIC, que, como mencionado, está em um patamar baixo. Uma opção de diversificação que ainda assim seria conservadora seria investir no Tesouro IPCA, que rende de acordo com a inflação, mas que deixaria de ser vantajoso em um cenário de deflação.

A divisão de investimentos deve observar os riscos e a rentabilidade de cada um, para que você não fique refém daqueles que não geram um bom retorno ou possam significar o desaparecimento do seu capital em determinados cenários. É por esse motivo que mesmo os investidores arrojados, que são aqueles que gostam de assumir riscos, também investem altas quantias na renda fixa.

Qual a melhor estratégia para minimizar riscos?

Como mencionado, a diversificação é a estratégia usada há décadas para essa finalidade, mas você pode ir um pouco além. Apenas a variedade de investimentos não é capaz de minimizar os seus riscos se você investe de maneira aleatória, sem estudos e uma estratégia plausível.

Conheça o maior número de produtos e pondere sobre as quantias que devem ir para cada classe, de acordo com a rentabilidade e riscos. O mercado de ações costuma ser a primeira lembrança de quem quer diversificar, mas você também deve saber as vantagens de investir em imóveis, por exemplo.

É necessário ajustar a diversificação de tempos em tempos?

A economia atua de maneira cíclica, alternando em períodos de bonança e de crise, sendo que em ambos existem oportunidades, como a compra de ativos que se desvalorizaram e tendem a subir no curto e médio prazo. Observar essas movimentações e revisar os seus investimentos é algo bastante recomendável.

No Brasil seguimos algumas tradições portuguesas, em razão da colonização, como a compra de casas para a locação. Ainda vale a pena investir no mercado imobiliário, sendo que, para isso, você não precisa necessariamente adquirir imóveis, também é possível aderir a fundos de investimentos do setor.

Investir sem risco é um exercício de observação e ponderação, no qual algumas técnicas sobrevivem ao tempo, a exemplo da diversificação de ativos. Conhecer os seus investimentos e monitorá-los é a principal estratégia para afastar os prejuízos e garantir um bom nível de rentabilidade.

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